Duas histórias, mesmo período, realidades distantes por cerca de 300 quilômetros. Dois contrastes do Sistema Único de Saúde (SUS). De um lado, o SUS que permite por meio do seu grau de excelência mudar a vida do comerciante de Milhã, Edneu Pinheiro, 51, que sofria com o coração crescido e agora sonha com uma vida nova, depois de passar por transplante, no Hospital de Messejana.
Do outro lado do SUS, o vendedor Francisco Braga, 56, que é hipertenso, mesmo depois de toda uma peregrinação a várias unidades de saúde em Fortaleza, desistiu de tentar conseguir consulta com um cardiologista. Fica, para ele, a sensação de descaso e desamparo. São histórias que se repetem nos lares dos brasileiros, que nos ajudam a fazer um raio-x do SUS, como você acompanha nas páginas a seguir.
O problema do SUS não é novo, mas veio à tona novamente com a doença do ex-presidente Lula, que foi diagnosticado com tumor na laringe e iniciou poucos dias depois seu tratamento no hospital particular Sírio-Libanês, em São Paulo. O tratamento em hospital particular fez com que muitos internautas criticassem, afirmando que o certo seria ele usar o atendimento público de saúde, o SUS.
Criado em 1988 pela Constituição Federal, que reconhece o direito de acesso universal à saúde para toda a população, o SUS é visto pelos especialistas como política pública ousada, que ainda tem sim suas dificuldades, mas que já avançou muito.
Único no mundo
A própria presidente Dilma Roussef, no último dia 14, ao lançar os programas Melhor em Casa e SOS Emergências, destacou que “o Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de ter um sistema universal, público, gratuito e, que nós queremos, de qualidade”. Segundo a presidenta, dos 190 milhões de brasileiros, 145 milhões dependem do SUS. O preço por essa ousadia, porém, é caro. Com avanços, entraves e muitos desafios a serem enfrentados.
(O Povo)
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