quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Queda na conta de luz deve ser pequena para o cearense

Clique para Ampliar
Brasília/Fortaleza. O consumidor cearense não deve nem sentir a redução na tarifa proporcionada pelo novos critérios do 3º ciclo de revisão tarifária, aprovados ontem pela diretoria da Agência Nacional e Energia Elétrica (Aneel), e que modificam aspectos da metodologia de cálculo da tarifa de todas as 63 distribuidoras do País até 2014. Essa é a opinião do diretor de Regulação da Endesa, empresa que detém o controle da Coelce, José Alves. Segundo ele, o impacto no bolso na hora de pagar a conta vai ser ínfimo. "O consumidor vai ser afetado com uma redução mínima. A diferença será de centavos", disse, sem informar, porém, a previsão de quando será implantada a alteração.
Por conta da postergação do 3º ciclo de revisão por parte da Aneel, neste ano, os cearenses não tiveram reajuste da conta de luz, que permanece congelada até a implementação da nova metodologia de cobrança.
Menor retirada
Conforme a Aneel, uma das mudanças é a diminuição de 25% da taxa de retorno das empresas distribuidoras de energia elétrica. O retorno, já livre de impostos, juros, depreciação e amortização (o chamado Ebtida), cairá de 9,95% para 7,57%, ou seja, o percentual disponível para os sócios e investidores sofrerá, dessa forma, retração.
Segundo a agência, isso foi possível graças à queda do risco Brasil, que foi baseada em 195 pontos. Nos 1º e 2º ciclos, por exemplo, esse indicador econômico era, respectivamente, de 800 e 620 pontos.
"Pior para Nordeste"
Conforme o diretor da Endesa, José Alves, que esteve presente ontem ao encontro entre diretores da Aneel e representantes das distribuidoras, nas regiões Norte e Nordeste, a redução é ainda maior, 6,8%.
Ele discorda que haja essa diferença e diz que isso irá prejudicar investimentos no setor no Estado. "A gente lamenta porque a agência insistiu em assumir papel executivo e legislativo em diminuir a rentabilidade na regiões Norte e Nordeste. O que está havendo é uma discriminação. E isso, na nossa opinião, vai contra a política pública de desenvolvimento regional, que tem o objetivo de diminuir as desigualdades entre as regiões do País", destacou. Na opinião de Alves, essa alteração vai privilegiar que investimentos migrem para o Sul e Sudeste. "É uma política de atração de investimentos para outras áreas. O investidor vai aplicar onde vai render 7,5% (Sul e Sudeste) ou vai investir no Norte e Nordeste, onde é menor o retorno ( 6,8%)?", questiona.
Dificuldades em investir
Conforme disse, a Coelce terá mais dificuldades para investir e continuar com o mesmo padrão de qualidade que tem oferecido a seus clientes. "Há três anos, a Coelce é a melhor empresa do ramo no País. Agora, será bem mais difícil continuar dessa forma. O consumidor vai sentir uma redução ilusória na tarifa, quando, na verdade, vai sobrar menos para investir em melhorias e qualidade ", afirma.
Com informações do Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário