O parecer da comissão de ética ainda será votado pelos 71 membros do diretório nacional do PSDB. A sigla questiona a ida de Gony à Secretaria de Cid
A comissão de ética do PSDB cearense emitiu parecer pela expulsão do deputado estadual Gony Arruda dos quadros da sigla. Ele responde a processo desde fevereiro deste ano, após ter resolvido aceitar convite do governador Cid Gomes (PSB) – de quem a sigla tucana se diz, em tese, adversária – para assumir a Secretaria do Esporte do Estado (Sesporte). O parecer ainda terá de ser votado pelos 71 membros do diretório estadual do PSDB, que dão a palavra final sobre o caso.
A opção por excluir Gony do partido foi confirmada ontem pelo então presidente da comissão de ética, Assis Machado, mas, segundo ele próprio, a decisão foi tomada há mais de duas semanas, antes mesmo da convenção estadual do PSDB cearense, no último dia 15 de maio.
Mesmo passado esse tempo, tanto o secretário quanto o presidente da legenda no Ceará, Marcos Cals, disseram ter sido pegos de surpresa com a informação. Por isso, até ontem à tarde, nenhum encaminhamento havia sido dado ao parecer da comissão. “Não chegou às minhas mãos, vou ter de ir atrás disso agora”, justificou Cals, enquanto pedia para uma secretária fazer telefonemas em busca do documento.
Ele afirmou que terá de baixar edital convocando o diretório estadual, a quem cabe a deliberação sobre o futuro de Gony.
O voto de cada membro é secreto. Questionado, Cals não quis revelar qual será sua postura.
Gony quer ficar
O secretário ameaçado de ser expulso disse que soube da notícia pelo O POVO e adiantou que vai contestar a decisão da comissão de ética, além de preparar uma articulação com o diretório para tentar revertê-la. Gony chamou de “muito estranha” a informação repassada por Assis Machado.
“Não fui comunicado, nem ouvido. Apresentei minha defesa, mas não me chamaram para esclarecer nada”, reclamou.
O tucano argumenta que, antes de aceitar o convite de Cid, consultou a bancada de deputados estaduais do PSDB, que teria apoiado sua ida à Sesporte.
Ao tentar se defender, ele aproveitou para dar uma alfinetada em Cals, que, no primeiro mandato de Cid, foi levado para a Secretaria Estadual da Justiça antes de o partido ter decidido entre aderir ou não ao Governo. “Quando consultei a bancada, fiz um exercício não feito há quatro anos”, criticou. Apesar disso, Gony afirmou que “confia na decisão do presidente da legenda”.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Até pouco antes da campanha eleitoral de 2010, o PSDB era aliado do Governo Cid, mas decidiu romper na última hora. Desde então, se diz adversário, mas, na prática, alguns tucanos apoiam o Executivo.
Via OPOVO
Nenhum comentário:
Postar um comentário